Monitorização laboratorial da testosterona 

Por: Fleury Medicina e Saúde 

 
Parece reação alérgica a drogas ou alimentos, mas pode ser angioedema hereditário 

A testosterona nas mulheres

Precursora essencial do estrogênio, a testosterona, nas mulheres, é produzida nos ovários e nas glândulas adrenais. No tecido adiposo, é formada a partir da conversão de outros hormônios adrenais e ovarianos. Fisiologicamente, seus níveis aumentam de forma significativa na puberdade e começam a diminuir a partir dos 20 anos de idade, chegando a concentrações menores na menopausa.

No sexo feminino, os níveis de androgênio podem se apresentar aumentados, ocasionando sinais e sintomas de hiperandrogenismo. Por outro lado, os níveis diminuídos de testosterona causando hipoandrogenismo são uma condição rara e não tão bem caracterizada.


Hiperandrogenismo

Caracteriza-se pela produção/ação excessiva de andrógenos pelos ovários e/ou glândulas adrenais e tem o hirsutismo como principal manifestação clínica. Acne, ganho de peso, irregularidade menstrual e acantose nigricante também estão associados com o excesso de androgênios. Além da história clínica e do exame físico, a avaliação laboratorial com as dosagens séricas de testosterona total, testosterona livre e perfil androgênico adrenal/ovariano pode ajudar a diagnosticar a condição.

Causas:

  • Síndrome dos ovários policísticos
  • Hirsutismo idiopático
  • Síndrome HAIR-AN (hiperandrogenismo, acantose nigricante, resistência à insulina)
  • Hiperplasia adrenal congênita
  • Síndrome de Cushing
  • Tumores de ovário ou adrenal produtores de androgênio
  • Hiperprolactinemia
  • Hipotiroidismo
  • Medicamentos androgênicos

Insuficiência androgênica

Condição relativamente rara, pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos, como diminuição do bem-estar, alteração de humor, cognição e memória, fadiga persistente, distúrbios do sono, redução da libido e perda de massa óssea e de força muscular.

É possível usar a avaliação laboratorial dos níveis de testosterona para monitorizar os níveis suprafisiológicos desse hormônio antes ou durante o tratamento, mas não para o diagnóstico de insuficiência de testosterona.


Como medir a testosterona

A dosagem de testosterona pode ser efetuada tanto por imunoensaio (eletroquimioluminescência) quanto pela cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas em tandem (LC-MS/MS). Embora este último seja considerado padrão-ouro, devido à menor interferência de outros esteroides, os dois métodos apresentam boa correlação e podem ser empregados na maior parte dos indivíduos adultos.


Cálculo da fração livre

A fração livre corresponde à testosterona que não se liga a nenhuma proteína carreadora (SHBG ou albumina), enquanto a fração biodisponível é aquela que não está ligada à SHBG.

Essa distinção precisa ser feita porque a testosterona liga-se fracamente à albumina e sua dissociação dessa proteína pode tornar o hormônio facilmente disponível para a captação pelas células, o que não ocorre com a testosterona ligada à SHBG. Como as concentrações da fração livre são muito baixas, sua dosagem é difícil e complexa, além de ser pouco disponível em nosso meio.

Levando em consideração tais dificuldades, métodos que estimam a testosterona livre sérica foram desenvolvidos, dentre os quais o de Vermaulen e cols(¹), que se baseia na medida de SHBG e testosterona total para o cálculo da testosterona livre. Esse cálculo utiliza como premissa o fato de uma molécula de SHBG carregar uma de testosterona e apresenta excelente correlação com a dosagem após diálise de equilíbrio – a metodologia de referência para essa dosagem.

Para a avaliação da concentração sérica de testosterona, recomenda-se realizar a dosagem da testosterona total pela manhã, devido ao ritmo circadiano, até duas horas depois de acordar.


REFERÊNCIA

1. Vermeulen A et al. J Clin Endocrinol Metab 84: 3666-3672, 1999.


Assessoria Médica

Ginecologia

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